O retrofit da Alepe teve o acompanhamento de Rafael dos Santos Tavares, um dos arquitetos da Assembleia responsável por acompanhar a execução e adequação do projeto inicial, de responsabilidade do Escritório Pontual Arquitetos. “Eu e a Cléa, a outra arquiteta da casa, fizemos uma repaginação no tocante aos layouts internos do prédio. A composição externa não foi alterada em relação ao projeto, mas a Pontual concordou que entrássemos nisso para que o resultado final de layout atendesse a demanda da casa. Nessa adequação foi quando surgiu a questão de climatização. Havia uma ideia inicial de fazer um projeto inovador, pioneiro etc. e seríamos, inclusive, o primeiro do Brasil, junto com a Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), a ter esse sistema”, diz Tavares.

O arquiteto explica que o Anexo I é o “coração” da ALEPE. “É onde estão mais de 500 servidores efetivos. Se tinha um lugar com a obrigação de proporcionar o melhor em termos de eficiência técnica, energética, funcional etc., seria esse Anexo.”

A intervenção no edifício foi profunda, especialmente de layout, porque lá funcionava uma mistura de gabinetes com o administrativo e, quando foi inaugurado o Anexo II, todos os gabinetes migraram para ele, ficando o Anexo I somente para o administrativo. “O retrofit de fachada existiu para que houvesse harmonia entre os dois anexos, que têm a mesma leitura externa, e o retrofit deveria atender à necessidade de reunir mais de 80% do perfil administrativo da casa”, explica Tavares.

Do antigo Anexo I só ficaram as paredes estruturais e pilares. Não tinha piso elevado e a concepção era de divisórias. “As divisórias antigas eram bem obsoletas, mais de 20 anos, e toda essa concepção foi tirada para ser repaginada nesse conceito mais moderno. Foram reestudados todos os sistemas, como elétrica hidráulica, etc. No que diz respeito aos banheiros, por exemplo, apenas a antiga localização permaneceu”, esclarece Tavares.

O arquiteto pensa que, de início, mesmo aqueles que estavam envolvidos no projeto, não se deram conta dos benefícios trazidos pelo sistema de climatização. “A aprovação de fato, só aconteceu quando eu já estava na casa. Eu tive a oportunidade de presenciar esse momento e dizer assim: vamos mesmo fazer essa inovação? Não estávamos acostumados a ter algum elemento vertical em cada bancada, ficamos preocupados se haveria algum impacto negativo nos servidores, mas buscamos e conseguimos reduzir um pouco o tamanho do difusor”, completa Tavares.

Patricia Carrazzoni, gerente de produto da TPF Engenharia, gerenciadora do projeto, diz que o maior desafio foi fazer a obra com parte da edificação em funcionamento. “Tinha toda uma logística de trabalhar com colaboradores da casa, estando no mesmo local, e a questão das mudanças em si de projeto, essa nova tecnologia da parte de climatização que tivemos que absorver, a compatibilidade entre as diversas disciplinas, então foi um aprendizado para a gente. Uma das grandes dificuldades que tivemos foi a identificação desse difusor de mesa. Chegarmos a um difusor que atendesse ao arquiteto e atendesse as demandas do projeto de climatização foi nosso grande desafio. Além da compatibilização no piso elevado das outras disciplinas com os dutos de climatização e a questão da definição da insuflação nas mesas.”

 

 

 

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