Em primeiro lugar o profissional responsável pela instalação de VRF deve, como qualquer outro tipo de equipamento, seguir à risca as recomendações do fabricante. Isso inclui manter-se equipado com ferramental de ponta, particularmente bombas de vácuo.

Por outro lado, dada a quantidade de fluido refrigerante circulante nos ambientes, a junção entre tubos deve estar perfeita. A utilização de torquimetro nas conexões é altamente recomendável para garantir o perfeito travamento da porca. Não poucos fabricantes indicam, neste caso, as conexões do tipo lokring, em lugar dos procedimentos usuais de solda.

Requerimentos para o vácuo

Manuel Correia Lameira, diretor da Symbol, fabricante nacional de bombas de vácuo, esclarece que o vácuo na teoria é igual para qualquer sistema de refrigeração, desde um ar-condicionado automotivo, splits, câmaras frias, VRF ou sistemas com amônia. “A única diferença física é o tempo que o mecânico/instalador levará para conseguir atingir o nível de vácuo conforme as normas do fabricante do equipamento.”

No caso de equipamentos VRF Lameira recomenda que a bomba de vácuo “seja totalmente compatível ao volume de ar a ser aspirado. Em sistemas com mais de 300 metros de tubulação, não adianta colocar uma bomba, por exemplo, de 12CFM; isto irá consumir tempo, energia elétrica, altos custos operacionais e não se terá êxito no serviço, tendo depois de alguns dias a necessidade de refazer os serviços com uma bomba de vácuo de vazão compatível.”

André Oliveira, diretor geral da Mastercool no Brasil, diz que além dos cuidados regulares como uso dos EPI’s, o mecânico ou técnico responsável pela instalação “deve usar o manifolds adequado para R410A, fluido presente em sistemas que trabalham com pressões maiores que o tradicional, e o processo de flange e expansão deve ser feito por ferramentas de precisão, pois, devido a própria pressão maior do sistema qualquer flange malfeita ou tubo mal cortado irá provocar vazamento durante o funcionamento do equipamento.”

André de Oliveira

Segundo Oliveira, o VRF exige mais atenção do que o mini ou multi split na instalação em relação ao vácuo no sistema. “É comum o fabricante pedir níveis de vácuo abaixo de 500 micra estabilizado para garantir que o sistema tenha sido corretamente desidratado.”

Além disso, segundo Oliveira, por se tratar de um equipamento com mais eletrônica embarcada a não observância dos procedimentos causará o mau funcionamento que pode inclusive comprometer a vida útil do compressor. “A união dos tubos deve ser feita seguindo a recomendação de nitrogênio passante para garantir a limpeza interna dos tubos. Processo de detecção de vazamento também é o correto a ser feito, seja ele por detecção por hidrogênio, processo muito eficaz contra micro vazamento, e por pressão de nitrogênio através de reguladores de alta pressão.”

Bomba de alto vácuo de boa capacidade e vácuo profundo, conjunto manifolds de alta pressão R410A, vacuômetro digital ou manifolds com vacuômetro digital e flangeador excêntrico, são algumas das ferramentas que, de acordo com o diretor da Mastercool, não podem faltar na maleta do instalador sob pena de danificar o próprio equipamento. “Acreditamos que o maior dano é a quebra da unidade condensadora, perda de garantia e altos custos para reparos. Mas o maior prejuízo é ao cliente final; caso o nível de vácuo não seja satisfatório, haverá um residual alto de umidade e ar dentro do sistema que irá fazer com que a eficiência de refrigeração seja baixa, refletindo em alto consumo energético e alto custo de manutenção corretiva, além de quebra de componentes do sistema.”

Bomba de vácuo em operação

União de tubos

Mauro Mendonça, da Vulkan, recomenda os conectores Lokring para a junção das tubulações do sistema. “São dispositivos livres de fogo, fumaça e chama que substituem perfeitamente as soldas convencionais para tubulações de VRF. Nossos conectores são extremamente fáceis de instalar e possuem uma série de vantagens sobre a solda comum, tais como rapidez (metade do tempo), possibilidade de realização da instalação em horários comerciais, além de muito menos necessidade de EPIs e de equipamentos pesados. E, ainda, sem necessidade de passar nitrogênio no sistema (obrigatório para a solda) e com menos índice de falhas e fugas.”

Mendonça, entretanto, faz um alerta. “Mesmo sendo amigáveis, a Vulkan somente permite o uso dos conectores para VRF após um treinamento com nossa equipe ou com profissionais que já passaram por um destes treinamentos. Este é o principal motivo de não estarmos vendendo os conectores Lokring para VRF nas revendas tradicionais. O treinamento é absolutamente necessário principalmente para a conscientização do uso correto do líquido Lokprep.” O líquido é utilizado para elevar a estanqueidade da tubulação e não, como muitos profissionais acreditam, para a junção em si.

A tecnologia Lokring pede, também, insertos (reforços de parede) de estabilização quando necessários, sendo que a sua não utilização traz consequências. “O treinamento fornece dicas específicas dos tubos, da organização e melhor sequenciamento da instalação a fim de facilitar e até diminuir o número necessário de itens a serem utilizados e dicas de como utilizar da melhor forma o alicate de montagem Lokring.”

A chegada do gás R32 ao Brasil, realidade em vários países, poderá dar mais espaço ao Lokring. “Por ser inflamável, não precisamos de muito esforço para concluir que as conexões livres de fogo e faísca serão ainda mais bem-vindas, seja para Split ou VRF”, acredita Mendonça.

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