Importante ressaltar que é sempre necessário evacuar um circuito de refrigeração antes da carga de gás para não comprometer gravemente seu desempenho, obtendo um funcionamento adequado.
O vapor d´água existente nos circuitos – principalmente os abertos – em níveis superiores a 3 miligramas, tenderá a congelar nas passagens estreitas (capilares e/ou válvulas de expansão), obstruindo o fluxo de gás e exigindo maior esforço dos compressores, sem grande eficiência de refrigeração.
Também o ar existente – não sendo condensável, tende a estacionar na zona de alta pressão dos circuitos, diminuindo assim a troca térmica do vapor condensante e prejudicando o desempenho geral do sistema. Além dos problemas expostos, há que se considerar que a presença do oxigênio poderá reagir quimicamente com o fluido refrigerante, trazendo umidade e provocando oxidação e corrosão progressiva de todo o circuito, levando à inutilização de todo o conjunto em médio prazo.
Para que a evacuação ou desidratação de um sistema seja satisfatória, é fundamental que se possua uma bomba de alto vácuo que poderá ser simples ou duplo estágio de bombeamento, desde que as suas características técnicas permitam produzir níveis de vácuo melhores que 0,1 Torr. = 0,1 mmHg, ou seja, uma pressão residual absoluta menor que 100 micra. Em teste nos laboratórios da Symbol, constatamos que as bombas de duplo estágio são mais rápidas ao desidratar os circuitos, entretanto, a escolha deverá ser efetuada em função dos valores de investimentos.
Sem querer entrar em cálculos eminentemente técnicos, podemos dizer que, na prática, é necessário atingir uma pressão residual absoluta, dentro dos circuitos de refrigeração – devidamente estabilizada – abaixo de 1 Torr., ou seja, abaixo de 100 micra, para que a quantidade de vapor de água fique abaixo de 3 miligramas. Entretanto, quanto menor for a pressão residual no circuito, menores serão as quantidades de oxigênio, ar e vapor de água, o que resultará em melhor desempenho de todo o sistema, com alto poder de refrigeração, baixo consumo energético e sem necessidade de manutenções constantes.
Manuel Correia Lameira, diretor da Symbol
Veja também :
Uso de isolamento correto é fundamental para o desempenho do VRF
O que não pode faltar na maleta do instalador
VRF amplia participação no mercado exigindo mais qualidade na instalação