Para que um sistema de refrigeração possa operar de maneira adequada e se manter dentro de todos os parâmetros de projeto, a manutenção periódica é fundamental; cada equipamento e seus componentes necessitam de uma rotina de inspeção, limpeza, ajustes e, quando necessário, substituições. É preciso que as empresas não enxerguem a manutenção como um custo a mais, mas como medida de prevenção.

Para o engenheiro Alexandre Rosa da Costa, supervisor da Engenharia de Aplicação da Elgin, a falta de manutenção ocasiona diversos problemas para os equipamentos: nos trocadores de calor, gera grande consumo de energia; no condensador, aumenta a pressão de descarga com redução de eficiência do sistema e aumento do consumo energético; nos evaporadores, a pressão de sucção diminui, levando à operação fora da faixa e comprometendo a vida útil dos compressores. “O impacto representado pela não manutenção gera desbalanceamento no sistema, causando desgastes excessivos nos componentes internos do compressor e deterioração antecipada nos condensadores”.

O engenheiro mecânico Rogério Marson Rodrigues, gerente de engenharia da Eletrofrio, explica que a melhor maneira de manter um sistema de refrigeração eficiente, ao longo de sua vida útil, é mantê-lo operando de acordo com o projeto. “A manutenção preventiva, a corretiva quando necessário, e uma operação de acordo com as boas práticas, são as responsáveis pela longevidade dos equipamentos de refrigeração. A manutenção periódica, que pode ser entendida como preventiva, é parte fundamental deste processo”.

A interrupção do funcionamento de um equipamento para a manutenção programada é bem mais eficaz. Ações como esta aumentam a vida útil dos equipamentos, melhoram a performance de todo o sistema e reduzem os custos relativos ao consumo energético. “A manutenção programada consiste na limpeza dos trocadores de calor, em alguns casos com produtos específicos para a remoção da sujeira, ajustes e balanceamentos do sistema (pressões e temperaturas), verificação de possíveis vazamentos em conexões e soldas, que podem ser geradas por vibrações durante o funcionamento do equipamento, e verificação da alimentação elétrica (tensão e corrente)”, exemplifica o engenheiro da Elgin.

“Cada sistema de refrigeração comercial, seja ele de expansão direta ou indireta, que utiliza fluidos secundários, como o glicol, possuem uma rotina de ações de manutenção preventiva, muitas delas coincidentes entre esses sistemas. Podem ser ações básicas, como a limpeza dos condensadores, às ações mais específicas com análise da concentração de glicol nas soluções de fluído secundário. O importante é seguir rigorosamente as recomendações dos fabricantes e instaladores, os quais definirão a frequência de cada uma das ações pertinente às preventivas”, esclarece Marson.

Diversas são as ferramentas necessárias para uma correta manutenção de sistemas. Costa cita o manifold para verificação das pressões, termômetros (penta) para medição das temperaturas, alicate amperométrico ou multímetro para verificação da tensão e corrente, além de produtos de limpeza específicos para trocadores de calor, diluídos conforme indicação do fabricante.

Já para Marson, um software de controle de manutenção ou uma planilha manual são as mais importantes ferramentas de trabalho. Nessa ferramenta são registrados todo o histórico das ações, dados e programação das ações futuras.

Charles Godini – charles@nteditorial.com.br

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