Utilizado na construção civil, o Cobogó permite à luz e ventilação naturais entrarem nos ambientes.  Composto por elementos vazados, normalmente feitos de cimentos, o Cobogó complementa paredes e muros, tendo sido largamente utilizado nos anos 1930. Seu nome deriva das iniciais dos sobrenomes de três engenheiros que trabalhavam na cidade do Recife (PE) e conjuntamente o idealizaram: Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de is. Sócios numa fábrica de cimento, eles queriam algo que aliviasse o calor da cidade e criaram as primeiras peças nesse material, que davam privacidade e permitiam a entrada da luz e da ventilação.

Nos edifícios do Parque Guinle (RJ), Lucio Costa lançou mão desse elemento, retomando a utilização do cobogó. O arquiteto Carlos Murdoch usou esse elemento como uma das dissertações de seu mestrado e diz que ele estava em voga na época em que ainda se projetava sem a ajuda do ar condicionado. “Os edifícios deveriam ser confortáveis termicamente sem gastar energia. Atualmente, com a demanda da sustentabilidade e da eficiência energética, essas técnicas antigas de ventilação passiva estão retornando”, disse ele.

Ecológicos, os cobogós surgem em materiais variados, como vidro, cerâmica e porcelana, e em diversas cores. E saem das fachadas para o interior das casas. A arquiteta Naomi Abe inspirou-se na brasilidade para o projeto de uma sala de jantar. “Usei mil peças de cobogós cerâmicos com um espelho por trás, o que deu um efeito bastante interessante. Acho que podem ser usados em qualquer situação. Dependendo da maneira como se usam, são um elemento sofisticado”, diz.

O arquiteto Pedro Kastrup, do escritório PKB, sugere que eles adicionam um ar poético aos ambientes, já que a forma como desenham a luz nos espaços pode se alterar ao longo do dia e até conforme a época do ano. “Fazem sempre uma analogia com o que foi a melhor fase da arquitetura nacional: o modernismo”, acrescenta Kastrup.

O arquiteto francês radicado no Rio, Jean de Just, também gosta de cobogós, mas confessa que encontra uma certa resistência por parte dos clientes brasileiros. Para iluminar a entrada de um apartamento, ele usou meia parede de cobogós cerâmicos, que pintou de branco.

Já o arquiteto Ivan Rezende apropriou-se desses materiais populares e criou uma mesa de apoio, de tijolo de barro refratário e cobogós de cimento. Ou seja, além de bonitos, são baratos.

Fonte: Procel Info

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