Morreu, no último 11 de fevereiro, o empresário, engenheiro e economista Paulo Francini, que esteve à frente da Abrava e do Sindratar por 12 anos, no período compreendido pelo início dos anos 1970 até meados da década seguinte. Foi, ainda, diretor da Fiesp por muitos anos, inclusive como titular do departamento de pesquisas e estudos econômicos da entidade. Francini estava com 79 anos e morreu de complicações da covid-19. Além de uma história riquíssima, e larga contribuição à indústria, deixou os filhos Fernando e Christiana.

No AVAC-R o nome de Francini está atrelado à história da Rádio Frigor, empresa fundada por seu pai, que trouxe marcas como Bitzer para o Brasil. Ferrenho defensor da indústria nacional, foi um dos fundadores do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Era extremamente crítico do processo de desindustrialização em curso.

Paulo Francini foi um dos autores, em finais da década de 1970, do Manifesto dos Oito, uma das mais contundentes críticas do setor empresarial ao regime dos militares. Foi expressivo interlocutor da indústria com os vários governos do período de redemocratização, de Sarney a Dilma Roussef.

Inquieto e culto, o ex-presidente da Abrava possuía livre trânsito entre artistas e intelectuais. Gostava, acima de tudo, do Cinema. Em 1975, por exemplo, ajudou a viabilizar financeiramente o filme “O Rei da Noite”, o segundo dirigido pelo amigo Hector Babenco, e protagonizado por Paulo José. Ainda com Babenco, foi um dos produtores de “Pixote”, em 1981, e “O Beijo da Mulher Aranha”, em 1985, que concedeu o Oscar de Melhor Ator para William Hurt.

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