O nome de Celso Cardoso Simões Alexandre está, e certamente continuará por décadas, indissoluvelmente ligado à Trox. Tendo assumido a unidade brasileira há 40 anos, com responsabilidade sobre toda a América Latina, incluindo México, construiu-se, também, como um dos principais especialistas na qualidade do ar de interiores. Em 2018, “depois de muito relutar”, aceitou a responsabilidade, também, pela Trox USA.
Simões Alexandre, que transfere, a partir de abril, o posto de Presidente para as Américas para Luiz Moura, permanecerá à frente do board criado para coordenar as três fábricas da empresa na região, integrando-se ao Extended Board da Trox Alemanha, e continuando com a posição de representante da Trox Alemanha no Brasil. O executivo construiu, também, uma carreira destacada nas entidades representativas do setor AVAC-R, tendo presidido a Abrava, da qual é ouvidor no momento, e se transformado na face do mercado brasileiro junto a organizações como a Ashrae.
A+CR: Por quanto tempo o senhor esteve ligado à Trox do Brasil?
Simões Alexandre: No 2 de Abril último, completei 40 anos de trabalho com a Trox.
A+CR: Além da filial da empresa no Brasil, a quais outras regiões o senhor esteve ligado ao longo dos anos?
Simões Alexandre: Desde o início fui responsável por toda a América Latina, México inclusive. Em 2010, abri a filial México como escritório comercial e, em 2019, abrimos a fábrica em Puebla. Em 2018, depois de muito relutar, me foi imposto também ser responsável pela Trox USA.
A+CR: Ao longo da sua história na empresa quais as principais tarefas assumidas?
Simões Alexandre: Sem dúvida a consolidação da Trox como principal empresa do setor de distribuição de ar no Brasil. Passamos de uma fábrica com 3.000 m² de área de produção e 800m² de área de escritórios, para uma planta com 15.500 m² de área fabril e 2.500 m² de escritórios. A expansão da Trox, com a implantação de fábricas na Argentina em 2009 e México em 2019, foram pontos marcantes da minha gestão.
A+CR: Dentre as várias tarefas qual o senhor elegeria como a mais marcante?
Simões Alexandre: A mais marcante foi a consolidação da Trox no Brasil.
A+CR: Quais foram os principais desafios enfrentados?
Simões Alexandre: Desenvolver e manter financeiramente saudável, em ambiente de hiperinflação como tivemos no Brasil, uma empresa como a Trox, foi um desafio e tanto.
A+CR: Em relação ao mercado como um todo, sabendo-se que a Trox é uma referência, qual a sua contribuição para este processo?
Simões Alexandre: Produtos novos, sempre foi a palavra de ordem. Foram decisões pessoais minhas a introdução das máquinas de tratamento de ar, TKM e TKZ, de dampers corta-fogo para plataformas da Petrobras, de filtros com tratamento antimicrobiano, entre outros. Talvez o meu maior sucesso tenha sido sempre me cercar de gente competente e dedicada.
A+CR: Ao passar o “bastão” para seu sucessor, o senhor continuará a ocupar algum papel na Trox? Qual seria?
Simões Alexandre: Tendo tido três fábricas para coordenar, foi necessário criar um board de gerenciamento que é composto dos diretores das três plantas. Continuarei presidindo esse board, e há dois anos faço parte do Extended Board da Trox Alemanha. Continuarei sendo também o representante da Trox Alemanha no Brasil.
A+CR: Quais os cargos associativos que o senhor assumiu ao longo desses anos? Pretende continuar com sua participação nas entidades do setor?
Simões Alexandre: O cargo que mais me honra é ter presidido a nossa associação, a Abrava, durante três anos, sucedendo ao saudoso Wagner Otelo e, depois disso, durante vários anos presidente executivo internacional da Abrava. Fui o rosto da nossa associação fora do país durante muito tempo. Sou, ainda hoje, o ouvidor de Abrava, sucedendo a figuras marcantes do setor, como o Dr. Hans Sonnenfeld e o Eng. Albrecht Adolf Dietz, da Apema. Também fui, e continuo sendo, diretor do Sindratar-SP. Como representante da Abrava presidi também a Federación de Asociaciones Iberoamericanas de Aire Acondicionado y Refrigeración (FAIAR). Fui, em várias gestões, diretor da Sociedade Brasileira para o Controle da Contaminação (SBCC).
A+CR: Qual o balanço que o senhor faz sobre a sua história com a Trox?
Simões Alexandre: Foi, e é, uma parceria que deu certo. Crescemos juntos e não me arrependo de ter falhado na previsão de que só ficaria quatro anos, mas, agora, renovação é a palavra de ordem. Jack Welch, enquanto CEO da GE, dizia que pessoas ligadas à área de vendas não devem ficar mais que três anos na mesma posição. Eu estou há quarenta.
A+CR: O que o senhor espera do seu sucessor?
Simões Alexandre: Neste ano que levamos juntos, pedi ao Eng. Luiz Moura que renovasse a empresa, o que ele está fazendo com competência. Apoiado no nosso core business, que continua como era, introduziu novas linhas de negócios sinalizando a renovação que a Trox Alemanha e eu queremos. O Luiz Moura veio para ficar e tenho absoluta certeza, pelo que ele já mostrou e pelo que a Trox do Brasil já é hoje de diferente do que ela já foi, que nossa história de sucesso continuará.