Objetivos: O objetivo deste Guia é descrever a especificação de painéis em baixa tensão para acionamento e automação, a serem fornecidos para os empreendimentos da indústria da construção civil, em atendimento ao setor do AVAC-R da Abrava.

Normas, códigos e regulamentos: O projeto elétrico e as montagens elétricas deverão ser executados de acordo com as recomendações mínimas das últimas edições das seguintes normas:

ABNT – NBR 5410 – Norma Brasileira de Instalações Elétricas em Baixa Tensão;

ABNT NBR IEC 61.439-1: Conjuntos de Manobra de Controle de Baixa Tensão – Parte 1: conjuntos certificados com ensaio de tipo totalmente testados, e conjuntos certificados com ensaio de tipo parcialmente testados;

ABNT NBR IEC 61.439-3: Conjuntos de Manobra de Controle de Baixa Tensão – Parte 3: requisitos particulares para montagem de acessórios de baixa tensão destinados a instalação em locais acessíveis a pessoas não qualificadas durante sua utilização – Quadros de distribuição;

NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade;

NR-12 – Máquinas e Equipamentos

Quando as normas da ABNT forem omissas, deverão prevalecer as normas abaixo relacionadas:

IEEE – Institute of electrical and eletronic engineers

NEMA – National electrical manufactures association

ANSI – American national standard institute

IEC – International electrotechnical comission

Descrição técnica: Todos os quadros de baixa tensão deverão atender as prescrições das Normas Regulamentadoras: NR-10 (Segurança em instalações e serviços em eletricidade); NR-12 Máquinas e Equipamentos – Na atual revisão da NR-12 item 12.36, os equipamentos fabricados a partir de 24 de março de 2012 devem ter sua interface operando em extrabaixa tensão de até 24VCA ou de até 60VCC. Já os fabricados antes dessa data dependerão da apreciação de risco.

Já no item 12.37 da NR-12, o circuito elétrico do comando da partida e parada do motor elétrico de máquinas deve possuir, no mínimo, dois contatores com contatos positivamente guiados, ligados em série, monitorados por interface de segurança ou de acordo com os padrões estabelecidos pelas normas técnicas nacionais vigentes e, na falta destas, pelas normas técnicas internacionais, se assim for indicado pela análise de risco, em função da severidade de danos e frequência ou tempo de exposição ao risco.

Salienta-se que no item 12.42, para fins de aplicação da NR-12, consideram-se dispositivos de segurança os componentes que, por si só ou interligados ou associados a proteções, reduzam os riscos de acidentes e de outros agravos à saúde, sendo classificados em:

Comandos  Elétricos ou interfaces de segurança: dispositivos responsáveis por realizar o monitoramento, que verificam a interligação, posição e funcionamento de outros dispositivos do sistema e impedem a ocorrência de falha que provoque a perda da função de segurança, como relés de segurança, controladores configuráveis de segurança e, em havendo sistema de automação do equipamento através de controlador lógico programável – CLP , ele deve possuir os algoritmos para garantir a segurança do operador.

Painéis em baixa tensão e quadros de comando e controle de motores

Generalidades: Esta especificação aplica-se aos conjuntos de manobra e controle de baixa tensão em que a tensão nominal não exceda a 1.000Vca, corrente alternada até 4.000A com frequência de 60Hz.

Normas: Todo painel de baixa tensão deverá atender as prescrições da norma ABNT NBR IEC 61.439: Conjuntos de Manobra de Controle de Baixa Tensão.

Ensaios: Devem obrigatoriamente possuir os seguintes relatórios de certificação, por laboratório reconhecidos nacionalmente, referentes aos 7 ensaios de tipo realizados sob iniciativa do fabricante conforme norma, sendo:

a) Verificação dos limites de elevação de temperatura;
b) Verificação das propriedades dielétricas;
c) Verificação da corrente suportável de curta duração;
d) Verificação da eficácia do circuito de proteção;
e) Verificação das distâncias de isolação e de escoamento;
f) Verificação do funcionamento mecânico;
g) Verificação do grau de proteção.

E devem possuir os relatórios dos 4 ensaios de rotina realizado pelo montador, conforme prescrito na norma:

Conexões e funcionamento;
Isolação (dielétrico);
Medidas de proteção;

Verificação da resistência de isolação, conforme a Norma ABNT IEC 61.439-1.

Características gerais da NBR IEC 61.439

Conjuntos de Manobra de Controle de Baixa Tensão

Características elétricas: O painel baixa tensão deverá ter as seguintes características elétricas:

Ui – tensão nominal de isolamento até 1000 V;

Ue – tensão de operação nominal até 1000 V;

Uimp – tensão suportável nominal de impulso 12 kV;

In – corrente nominal conforme unifilar/trifilar;

Icw – corrente suportável nominal de curta duração conforme unifilar / 1s;

Ipk – corrente suportável nominal de crista = conforme relação em 7.5.3 da NBR IEC 61.439;

F – frequência de operação nominal 60 Hz.

Características construtivas: Deverão ser próprios para uso em instalação abrigada.

O grau de proteção deverá ser no mínimo IP 30. O projetista deverá fazer a definição do IP conforme a ABNT NBR IEC 60529.

O Conjunto de Manobra em baixa tensão deverá, NR-10 e Compartimentação de Painéis Elétricos (Painel Arco Resistente) para Atendimento da NR-10, ter forma de compartimentação interna conforme a NBR na forma 2B (mínima) para a chamada Tensão Comercial 230VAC – Trifásica e Corrente Máxima de 4.000A e instalado em ambiente abrigado e sala própria (Sala Elétrica).

Já para Tensões Comerciais acima de 230VAC ou as Tensões Industriais de 380, 440 e 690VAC – Trifásicas e Corrente Máxima de 4.000A, os Conjuntos de Manobras deverão ter sua forma e compartimentação interna conforme a NBR na Forma 3B (mínima).

Painéis arco resistentes: O painel à prova de arco interno deve suportar um arco interno de determinado valor por um determinado tempo. Nesse tempo, deve conter o arco dentro do painel. O painel é testado, como mostra a figura 1, com “bonecos” de algodão colocados a uma distância padronizada (normalmente 100 ou 300   mm) sem que aconteça o seu chamuscamento.

Painel a prova de arco interno e a Norma IEC TR(*) 61641-2014

Os conjuntos de manobra devem ser dimensionados para permitirem a circulação da corrente nominal do sistema e ainda suportarem os esforços decorrentes das correntes de curto-circuito: térmico, dinâmico e de interrupção. A especificação deve estar de acordo com a NBR-IEC- 62271-200.

Conjunto de manobra

A primeira classe ou designação dá informação sobre a conveniência de intervenção, em caso de uma manutenção ser necessária. Utiliza-se o termo LSC (loss of service continuity). A norma prevê duas designações possíveis:

LSC2: perda da continuidade de serviço tipo 2

“Todos os painéis que têm outros compartimentos, além do compartimento de barramento, são do tipo LSC2”

LSC1: perda da continuidade de serviço tipo 1

“Todos os painéis que forem diferentes de LSC2 são da classe tipo 1”

O painel LSC2 possui duas subdivisões: LSC2A E LSC2B

As cláusulas a e b do painel LSC2 dão informação sobre a continuidade de serviço que pode ser conseguida em caso de  manutenção do painel ou partes dele:

LSC2B: o painel que é classificado como tendo perda da continuidade de serviço B é o conjunto que tem a seguintes características:

– ao se fazer uma manutenção, apenas o compartimento de entrada de cabos do cubículo pode ficar energizado,

– o cubículo deve ter pelo menos 3 compartimentos: o do aparelho  de manobra, o da entrada do aparelho de manobra e o de saída  do aparelho de manobra.

LSC2A: são todos os cubículos diferentes da classe LSC2B

A segunda classe ou designação indica qual é o tipo de material utilizado nos compartimentos, divisões internas  ou guilhotinas do painel. São dois tipos:

PM: partições feitas de material metálico

PI: partições feitas de material isolante

A terceira classe ou termo de classificação de painéis de média tensão identifica se o equipamento foi ou não ensaiado para suportar o arco interno. Utiliza-se o termo IAC (internal arc cubicle) para painéis ensaiados.

LSC2B-PM-IAC

Se o painel não foi ensaiado contra o arco interno, o termo IAC é omitido:

LSC2B-PM

Classes de arco segundo a IEC TR 61641-2014

Classe de Arco A – É usada para proteção de pessoas. Utiliza os critérios de 1 a 5, mostrados a seguir.

Classe de Arco B – É usada para proteção de pessoas mais arcos restritos a uma área específica dentro do conjunto de manobra. Utiliza os critérios de 1 a 6, seguintes.

Classe de Arco C – É usada para proteção de pessoas mais arcos restritos a uma área específica dentro do conjunto de manobra. É possível a operação limitada após uma falta. Utiliza os critérios de 1 a 7.

Classe de Arco I – Conjunto de Manobras provendo proteção por meio de zonas protegidas para a ignição do arco.

Nota: Se é feito um acordo entre o usuário e o fabricante, um critério diferente ou inferior pode ser aplicado.

Classes de arco segundo a IEC TR-61641-2014

O item 8.7 da norma IEC TR 61641:2014 cita os critérios usados para validação do teste de arco nas condições detalhadas na Cláusula 4 da mesma norma.

Para a proteção das pessoas os critérios de 1 a 5 seguintes devem ser atendidos:

As tampas e portas devem estar corretamente seguras e se manterem no lugar e provendo um nível mínimo de proteção de acordo com os requisitos de proteção de invólucro IPXX da norma IEC 60529. São aceitas deformações. Alguma ruptura de um número limitado de dobradiças e fixações são aceitáveis. O conjunto de manobra não necessita estar em conformidade com sua classe de IP após o teste.

Nota 1: O objetivo do critério 1 é minimizar o risco de lesões às pessoas por impacto de portas, tampas etc. e assegurar um nível mínimo de proteção às pessoas contra contato acidental perigoso com partes energizadas.

Nenhuma parte do conjunto de manobra com mais de 60g deve ser ejetada exceto aquelas que

estão desalojadas e caem entre o conjunto de manobra e os indicadores.

Nota 2: O objetivo deste critério é minimizar o risco de lesões sérias às pessoas por impacto de partes ejetadas.

O arco não deve causar buracos nas partes externas do invólucro abaixo de 2m de altura nos lados declarados acessíveis em caso de queima.

Nota 3: O objetivo deste critério é minimizar o risco de lesões às pessoas por queimadura direta.

Classes de arco segundo a IEC TR-61641-2014

Critérios de 1 a 5 (continuação): Os indicadores não devem ficar chamuscados (chamuscados na pintura ou em adesivos estão exclusos dessa avaliação).

Os circuitos de proteção para as partes acessíveis do invólucro ainda devem estar efetivos conforme descrito na norma IEC 61439-2.

O conjunto de manobra deve ser capaz de confinar o arco à área definida onde ele se iniciou e não deve haver propagação do arco para outras áreas do conjunto de manobra. Efeitos de gases quentes e deposição de fuligem em áreas adjacentes que não estejam sob o arco são aceitáveis, uma vez que apenas uma limpeza é suficiente.

Proteção às pessoas e ao conjunto de manobra com capacidade de operação limitada é alcançada quando os critérios de 1 a 7 são atendidos:

Após a eliminação da falta ou após o isolamento ou desmontagem da unidade funcional afetada, a operação em caráter de emergência da parte restante do conjunto de manobra deve ser possível. Isto deve ser verificado através de teste de tensão aplicada de 1.5 x vezes a tensão nominal de  operação por um minuto, conforme prescrito na norma IEC 61439-2:2011, item 10.9.2. O  abaulamento de portas e tampas da unidade sob teste e adjacências é aceitável, as quais providas podem ser prontamente substituídas restaurando a um grau de proteção de invólucro mínimo de  IPXXB da IEC 60259. Excetuando-se a zona testada declarada pelo fabricante, todas as outras unidades devem permanecer completamente operacionais elétrica e mecanicamente e estarem na mesma condição de antes dos testes.

A quarta classe ou termo indica:

a) tipo de acessibilidade, e
b) em que lados do painel pode haver circulação de pessoas.

A acessibilidade pode ser de dois tipos:

A: acesso ao painel é restrito a pessoas autorizadas – ensaio com indicadores a 300mm.
B: acesso ao painel é irrestrito de pessoas – ensaio com indicadores a 100mm.

Junto ao termo de acessibilidade deve ser informado em que lado do painel as pessoas podem transitar:

R (Rear): traseira
L (Lateral): lateral
F (Frontal): frontal
Exemplo: LSC2B-PM-IAC-BFL

Intertravamentos

Para as instalações novas, durante as fases de projeto prever os intertravamentos necessários para garantir a segurança dos operadores, tais como, somente permitir a abertura de uma seccionadora. Para instalações existentes implementar intertravamentos somente se o disjuntor estiver aberto.

Quando o painel vier instalado justaposto/agregado ao equipamento, além de atender as normativas da NBR IEC 61.439 e NR-10, deverá atender as especificações da NR-12.

Todo painel deverá ter uma porta externa para evitar qualquer contato acidental do quadro, poderá ser construída em material metálico, policarbonato ou vidro, que resista ao grau de resistência a impacto IK conforme as determinações do projeto e a NBR IEC 61.439; obrigatoriamente o fecho deverá ser do tipo acionamento cremona de alavanca.

Características da instalação

O painel deverá atender as seguintes condições de serviço:

a) temperatura ambiente = máxima 40°C e mínima de -5 °C
b) condições atmosféricas = ar limpo, umidade relativa que não exceda a 50% a uma temperatura de 40°C
c) altitude máxima = 2000 m
d) grau de proteção contra impacto = IK 08
e) instalação = contra parede ou afastada da parede (apresentado no diagrama do painel).
f) quando instalado justaposto ao equipamento, deverá atender os itens 12.36 e 12.96 da NR-12 (as máquinas e equipamentos devem ser projetados, construídos e operados levando em consideração a necessidade de adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores e a natureza dos trabalhos a executar, oferecendo condições de conforto e segurança no trabalho, observado o disposto na NR 17 e devendo ter sua interface operando em extrabaixa tensão de até 24VCA ou de até 60VCC).

Características gerais de projeto – NORMA NBR IEC 61.439

As estruturas, tampas, tetos, espelhos e portas deverão ser confeccionados em chapa de aço zincadas (quando autoportante), as demais peças estruturais e complementares construtivas do painel deverão ser próprias para resistir aos esforços mecânicos, elétricos e térmicos e aos efeitos da umidade característicos da instalação para que seja projetado. (item 7.1.1 da norma ABNT NBR IEC 61439-1).

O painel deverá ter um sistema de barramentos de montagem simples e seguro, que permita a realização das interligações entre as barras e os dispositivos pela parte frontal do painel através de interligações padronizadas, suportes específicos e placas de proteção.

Os fechamentos do painel deverão ser removíveis para facilitar o acesso as suas partes internas.

O painel deverá constituir um sistema construtivo padronizado pré-fabricado e unidades funcionais modulares para a instalação de dispositivos de proteção, seccionamento, medição e controle, bem como demais dispositivos de controle.

As conexões de potência (força) entre os barramentos verticais/horizontais, bem como conexões de alimentações dos disjuntores, devem ser realizadas conforme determinações e orientações do fabricante, através de manuais, desenhos e catálogos, conforme padrão de certificação do fabricante, e obrigatoriamente deverão ser apresentadas junto com o painel.

Os espaços vazios do painel baixa tensão deverão ser fechadas por tampas que impeçam o acesso à parte interna do painel, mantenham a harmonia visual e possam ser retiradas para a instalação de novas unidades funcionais.

O painel deverá ter seus barramentos principais (verticais/horizontais) conforme padrão especificado pelo fabricante em manual de montagem. Não serão aceitos barramentos tipo “espinha de peixe”.

O painel deverá ter um sistema de barramentos de montagem simples e seguro, que permita a realização das interligações entre as barras e os dispositivos pela parte frontal do painel, através de interligações padronizadas, suportes específicos e placas de proteção conforme padrão de montagem do fabricante, ou deverá utilizar-se de blocos de distribuição e grau IP20 para realização das conexões de cabo de forma segura e que permitam a fácil manutenção e expansão da arquitetura.

O acesso ao interior do quadro para efeitos de manutenção deve ser possível fila por fila, sem acesso a qualquer fila adjacente. Dispositivos comuns como a medição, dispositivos de sinalização, botões e chaves seccionadoras de emergência e tomadas devem ser instalados em conjunto na mesma parte do quadro e facilmente acessíveis aos usuários.

As conexões de potência (força) gerais, barramentos verticais/horizontais, bem como conexões de alimentações dos disjuntores devem ser realizadas conforme manuais, desenhos e catálogos, conforme padrão de ensaio do fabricante, e obrigatoriamente deverão ser apresentadas junto com o painel.

Os dispositivos deverão ser comandados de forma que se tenha um anteparo entre a parte interna e externa ao painel.

Os dispositivos deverão ser comandados de forma que se tenha um anteparo metálico, de preferência, entre a parte interna e externa ao painel.

O painel de baixa tensão deverá ter todos os seus elementos de porta, como medidores de tensão e corrente, botões, comutadoras e sinalização, instalados em porta interna.

Todas as partes expostas passíveis de energização (terminais, interligações, barramentos etc.) deverão ser protegidas contra contato direto/indireto por meio de proteções preferencialmente metálicas, ou isolantes pertinentes aos dispositivos instalados dentro do conjunto, com o intuito de proteger os operadores com o grau de proteção do conjunto com a porta interna e a externa abertas IP20.

Os circuitos de saídas devem ser identificados numa zona de etiquetagem indelével de, pelo menos, 5 cm por módulo e deve ser legível. Deverá ter identificação do disjuntor de proteção e dos cabos dos circuitos.

Os quadros devem ser equipados com um chassi extraível que permita realizar indiferentemente o cabeamento vertical ou horizontal, mesmo quando já fixada a parte traseira do quadro. Ainda no chassi deve ser possível o ajuste da profundidade dos trilhos DIN, a fim de facilitar o cabeamento, incluindo a das réguas de bornes de saída. Deve também ser possível ajustar a profundidade dos trilhos DIN a fim de permitir a instalação de dispositivos não-modulares, por exemplo, disjuntores caixa moldada de entrada, contatores, transformadores isoladores etc.

As réguas de bornes de terra e de neutro dos quadros, para cabos de seção superior à 6 mm ² (rígido ou flexível), devem atender a norma ABNT NBR IEC 947-7-1. Deve ser possível a instalação desta régua de bornes tanto na parte superior quanto na parte inferior do quadro. Os terminais da régua de borne devem ser tais que atendam às exigências das normas ABNT NBR IEC 60947-1, seção 8.2.4, ABNT NBR IEC 60998-1 e IEC 60998-2-1.

O painel de Comando ou Controle quando apresentar uma altura superior a 1.400mm deverá ser provido de base soleiras.

Os fechamentos do painel deverão ser removíveis para facilitar o acesso às suas partes internas.

O painel deverá constituir um sistema construtivo “padronizado” pré-fabricado e unidades funcionais modulares para a instalação dos componentes.

O painel de baixa tensão deverá ser provido de placa de identificação, confeccionada em material resistente, ter gravação de forma indelével e fixada mecanicamente ao painel, contendo as informações do item 5.1 da norma ABNT NBR IEC 61.439-1.

Não serão aceitos painéis que impeçam ou dificultem a manutenção em campo pela parte frontal do conjunto bem como dificultem a manutenção se encostados na parede.

O painel de baixa tensão deverá ter uma embalagem adequada para garantir a sua integridade física, junto à embalagem deverá ser fornecido manual para içamento, amarração e abertura da embalagem.

O quadro embutido poderá ser instalado de modo a que a sua instalação não seja dependente do modo como a parte posterior do invólucro assenta na parede, fazendo com que mesmo que a parte posterior seja fixada de forma imperfeita ou se o muro/parede é irregular no ponto de instalação o quadro fique alinhado.

O fabricante deverá informar a vida útil do painel para as características do local da instalação.

Quadros de controle

Características específicas

Esta especificação aplica-se aos conjuntos de controle e automação em baixa tensão em que a tensão nominal não exceda a 230VCA, disjuntor de entrada não exceda a 63A e disjuntores secundários não excedam a 32A.

Apenas para utilização interna e aplicações onde pessoas não qualificadas têm acesso à sua utilização.

Normas: O painel de baixa tensão deverá atender as prescrições da norma ABNT NBR IEC 61439-3: Conjuntos de Manobra de Controle de Baixa Tensão – Parte 3: requisitos particulares para montagem de acessórios de baixa tensão destinados a instalação em locais acessíveis a pessoas não qualificadas durante sua utilização – Quadros de Controle.

Ensaios: Devem possuir os seguintes relatórios de certificação, aos 8 ensaios de tipo realizados sob iniciativa do fabricante conforme norma ABNT NBR IEC 61.439-3, sendo:

  1. h) Verificação das propriedades dielétricas
  2. i) Verificação da eficácia do circuito de proteção
  3. j) Verificação do grau de proteção
  4. k) Verificação da construção e marcação
  5. l) Verificação da resistência aos impactos mecânicos (estrutura)
  6. m) Verificação da resistência à ferrugem e à umidade
  7. n) Verificação da resistência dos materiais isolantes ao calor anormal
  8. o) Verificação da resistência mecânica dos meios de fixação dos invólucros.

Devem possuir os relatórios dos 4 ensaios de rotina realizados pelo montador, conforme prescrito em norma ABNT NBR IEC 61.439-3:

  1. a) Conexões e funcionamento
  2. b) Isolação (dielétrico)
  3. c) Medidas de proteção: elétricas e mecânicas
  4. d) Garantia de não falta (Nobreak garantir mínimo 20 minutos na falta)

Características elétricas

O painel de controle em baixa tensão deverá ter as seguintes características elétricas:

  1. e) Ui – tensão nominal de isolamento até 300 V
  2. f) Ue – tensão de operação nominal 24V até 230 VAC
  3. g) Uimp – tensão suportável nominal de impulso: 8 kV
  4. h) Une – Tensão Normal e Emergência

Características construtivas

  1. a) Deverão ser próprios para uso em instalação abrigada. Ter sua forma e compartimentação definida pela tensão de operação. Se em 24VAC – Forma 1, e se tensão superior a 50VAC até 230VAC – Forma 2B (Mínima)
  2. b) O grau de proteção será IP 30. O projetista deverá fazer a definição do IP conforme a ABNT NBR IEC 60529.
  3. c) O painel de controle deverá ter uma embalagem adequada para garantir a integridade física do painel.
  4. d) O painel deverá ser fornecido com projeto mostrando suas condições de instalação, operação e manutenção.
  5. e) A estrutura deverá ser construída em material que resista ao grau de resistência a impacto IK conforme as determinações do projeto e a NBR IEC 61.439, obrigatoriamente o fecho deverá ser do tipo fenda ou triangular.

Características da instalação

O painel deverá atender as seguintes condições de serviço:

  1. a) temperatura ambiente = máxima 30°C e mínima de 5°C
  2. b) condições atmosféricas = ar limpo, umidade relativa que não exceda a 55% a

uma temperatura de 30°C

  1. c) altitude máxima = 2000 m
  2. d) grau de proteção contra impacto mínima = IK 07
  3. e) instalação = sobrepor ou embutir (conforme planta baixa)
  4. f) quando instalado justaposto ao equipamento deverá atender os itens 36 e 12.96 da NR-12

Diagrama elétrico e de comando

O diagrama deverá constar no mínimo as seguintes informações:

1)Nome do quadro;
2)Origem da alimentação do quadro e Recomendação de Nobreak com potência mínima que garanta
20 minutos de alimentação na falta.
3)Intertravamento elétrico conforme NR-10
4)Proteção geral e DPS (atender NBR 5410);
5)Proteções dos circuitos de saída;
6)Tensão de operação conforme NR-12 (quando aplicável).
7)Definição dos espaços reserva conforme NBR 5410;
8)Indicação das proteções dos circuitos, com necessidade de recomendação ou não de proteção
Diferencial Residual (DR);
9)Linhas de barramento.
Observar a quantidade máxima de módulos por linha, de acordo com o modelo do quadro de
referência proposto;
10)Especificação dos disjuntores: In, Icc, curva de proteção, quantidade de polos etc.;
11)Os disjuntores deverão estar inseridos no diagrama;
12)Identificação dos circuitos de saída.

Quadro de cargas

No quadro de cargas deverá constar, no mínimo, as seguintes informações:

13) Nome do quadro;
14) Informações de cada circuito: número do circuito, descrição sucinta, método de instalação, tensão, informações das cargas, total de carga instalada, fase da instalação, fator de correção de temperatura, fator de correção de agrupamento, corrente nominal, corrente de projeto, bitola do cabo, disjuntor de proteção, queda de tensão parcial etc.;
15) Equilíbrio de fases;
16) Dados do barramento: número de fases, neutro e terra, tensão, corrente, frequência, corrente de curto-circuito mínima;
17) Dados da instalação: aparente ou embutida, entrada por cima ou por baixo, saída por cima ou por baixo;
18)Modelo de referência do quadro.

Layout orientativo

No layout orientativo deverá constar no mínimo as seguintes informações:

19)Nome do quadro;
20)Placa de identificação do quadro;
21)Disposição das Unidades Funcionais, de acordo com o modelo do quadro de referência;
22)Placas de orientações de operação. Principalmente, o procedimento em caso de emergência;

Placas de identificação

Nas placas de identificação deverão constar, no mínimo, as seguintes informações:

Tamanho, tipo, cores de fundo e da letra, tipo de material e TAGs.

Inspeções

Para a aprovação da entrega definitiva dos conjuntos de manobra e controle de  baixa tensão instalados, o responsável pela obra fará uma inspeção que constatará conformidade integral do conjunto fornecido com relação aos manuais, desenhos, catálogos e padrões do fabricante original, presentes também em documentos anexos no fornecimento pelo fabricante.

O responsável pela obra deverá fazer constar no Laudo de Certificação das Instalações Elétricas que os quadros foram entregues conforme as prescrições deste descritivo.

 

 

 

Paulo Américo dos Reis, engenheiro eletricista, é Presidente do DN Automação e Controle da Abrava e do Comitê de Estudos das Normas Regulamentadoras para o AVAC-R e diretor da VL Indústria Elétrica e Automação

 

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