Sistemas de VRV/VRF surgiram no Brasil em meados dos anos 1980 como interessante solução para climatização de edificações de médio porte. Esta tecnologia teve início no Japão com um grande diferencial, pois facilita a aplicação de soluções com limitações de espaço, voltada para o conforto térmico dos ocupantes em instalações residenciais e comerciais. São sistemas centrais que permitem que uma única unidade condensadora atenda até dezenas de unidades evaporadoras, de forma compacta, com recurso de quente/frio individualizando os ambientes.
O uso desta tecnologia tem limitações na aplicação, principalmente quando há a necessidade de controle de temperatura e umidade ou grandes vazões de ar externo, mas a alta tecnologia embarcada, a facilidade de instalação e, muitas vezes, o menor custo de investimento inicial, fazem com que os sistemas VRV/VRF sejam cada vez mais frequentes e de interesse do consumidor final.
Por serem equipamentos que saem de fábrica com a tecnologia embarcada, recebem rapidamente as evoluções para ampliar a performance e eficiência energéticas, dependendo menos do instalador. A aparente facilidade do projeto e instalação é promovida pelos softwares de seleção do fabricante, mas diversos pontos de atenção devem ser considerados para garantir a boa performance e qualidade das instalações. Assim, a Ashrae 15 e 34 são os principais standards internacionais de referência. Além disso, aqui no Brasil, a Renabrava 5 e a ABNT NBR 16069:2018 são diretrizes importantes e que devem ser seguidas em todas as etapas relacionadas.
Diferentemente de projetos que adotam chillers, sistemas VRV/VRF utilizam maior quantidade de fluido refrigerante. Assim, os standards acima citados e a Renabrava 5 visam apontar os parâmetros e fatores de atenção necessários para a segurança da operação. Com relação à saúde dos ocupantes, um dos maiores riscos relacionados é quanto ao eventual vazamento de fluido refrigerante.
Assim, em cada projeto e instalação deste tipo, o Limite de Concentração de Fluido Frigorífico (RCL- Refrigerant Concentration Limit), ou seja, a concentração máxima de fluido frigorífico no ar em caso de vazamento deve ser determinada com o objetivo de reduzir os riscos de toxicidade aguda, asfixia e os perigos de inflamabilidade em espaços fechados. Para isso, é importante que as capacidades adotadas nos espaços levem em consideração as condições existentes, especialmente o tamanho dos ambientes e a existência ou não de renovação de ar natural ou mecânica.
Outro fator de atenção no uso desses sistemas é que, em geral, eles não promovem a renovação de ar dos ambientes, assim, visando a qualidade do ar adequada, tema importante e que cada vez mais tem ganhado a atenção coletiva, é fundamental considerar também um sistema complementar de renovação de ar mecânico.
Comitê de Artigos Técnicos Smacna Brasil