Vácuo em refrigeração é algo extremamente crítico. Torna-se necessário evacuar um circuito de refrigeração, antes da carga de gás, para não comprometer gravemente seu desempenho e assim obter um funcionamento adequado.
O vapor de água existente nos circuitos – principalmente os que forem abertos – em níveis superiores a 3 miligramas tenderá a congelar nas passagens estreitas dos circuitos (capilares e/ou válvulas de expansão), obstruindo assim o fluxo de gás e exigindo maior esforço dos compressores, sem grande eficiência de refrigeração.
Também o ar existente – não sendo condensável – tende a estacionar na zona de alta pressão dos circuitos, diminuindo assim a troca térmica do vapor condensante e prejudicando o desempenho geral do sistema de refrigeração.
Além dos problemas acima expostos, há ainda que se considerar que a presença do oxigênio poderá reagir quimicamente com o fluido refrigerante, umidade e assim provocar oxidação e corrosão progressiva de todo o circuito, inutilizando todo o conjunto em médio prazo.
Para que a evacuação ou desidratação de um sistema seja satisfatória, é fundamental que se possua uma bomba de alto vácuo, que poderá ser de simples ou duplo estágio de bombeamento, desde que suas características técnicas permitam produzir níveis de vácuo melhores que 0,1 Torr. = 0,1mmHg, ou seja, uma pressão residual absoluta menor que 100 microns. Em teste nos laboratórios SYMBOL, constatamos que as bombas de duplo estágio são mais rápidas ao desidratar os circuitos.
Especificamente para os sistemas de VRF, deve-se sempre obedecer as regras de cada um dos seus fabricantes sobre como aplicar o vácuo e quais níveis de vácuo devem ser atingidos antes da carga de gás. Lembrando sempre que para a perfeita medição de vácuo, valor real, deve-se aguardar estabilização do residual molecular durante pelo menos 30 minutos e cada fabricante tem sua regra.
Outro detalhe a ser observado é aplicar sempre uma bomba de vácuo compatível com o tamanho do sistema, considerando o comprimento da linha e total de evaporadoras, utilizar equipamentos que já estejam montados de fábrica com as conexões SAE, para assim evitar micro vazamentos e perda de tempo de evacuação, e que o mesmo também possua válvula de retenção e quebra vácuo.
Jorge Lameira, Diretor da Symbol Tecnologia de Vácuo