A Abrava, por meio do Departamento Nacional de Fabricantes de Ar-Condicionado, promoveu no dia 22 de setembro o webinar “Evoluções e novos requisitos para o mercado de ar-condicionado”, evento que colocou em debate temas relevantes para o setor AVAC-R, como os impactos ambientais do ar-condicionado, legislações, descarbonização, sustentabilidade e uso de refrigerantes naturais, entre outros.
Participaram da edição do “Momento Abrava” os engenheiros Matheus Lemes, presidente do DN Ar-Condicionado Residencial e Ar-Condicionado Central e diretor da Trane – que atuou como moderador –, Luciano Marcato, coordenador do Comitê de Eficiência Energética da Abrava e gerente de vendas nacional da Daikin, Rafael Dutra, supervisor de aplicação na Trane e Ricardo Facuri, membro do DNAC Abrava, diretor do Sindratar-SP e diretor-executivo da Traydus.
Primeiro a apresentar suas ideias, o gestor Luciano Marcato discorreu sobre o impacto ambiental do ar-condicionado na refrigeração e abordou os aspectos a serem considerados no setor do frio. “Estamos iniciando uma lista de ações necessárias para a redução do consumo dos HCFCs, que são fluídos controlados pelo Protocolo de Montreal e, posteriormente, pelo Protocolo de Kyoto, que têm impacto na camada de ozônio e contribui para o aquecimento global”, enfatizou.
Outro tópico muito importante no AVAC-R, a descarbonização, também foi abordada por Marcato, que explicou “serem estes processos o efeito de diversas ações em termos de projeto de operação e desenvolvimento de novas tecnologias, para prover o que se tem necessidade, seja para conforto humano, ou para os processos produtivos que utilizamos”.
Ricardo Facuri, detalhou a NBR 7256, uma revisão de norma de 2021, que trouxe muitas controvérsias para o mercado, uma vez que ela versa sobre o tratamento do ar em estabelecimentos de saúde. Facuri lembrou que o mercado já atuava sob os auspícios da NBR 7256, promulgada pela ABNT em 2008, que “naquela época trouxe muita especificidade, muitos critérios e requisitos para climatização e ar-condicionado no ambiente hospitalar e, como já faz 13 anos, ela precisava ser revista”, afirmou, reforçando que a norma tentou trazer o Brasil para o mesmo patamar do que é feito nos países ricos.
O engenheiro também expôs algumas diferenças entre a primeira versão da norma e a atualizada, a exemplo da taxa de ar externo/ renovação, níveis de filtragem do ar, controle de temperatura e umidade em novos ambientes, bem como novas definições de cascatas de pressão.
Para Rafael Dutra, coordenador de aplicação na Trane, o sistema inverter é hoje uma das grandes “vedetes” do setor do frio, especificamente por sua comprovada eficiência energética, além de ter seu custo barateado nos últimos anos.
Segundo ele, a cadeia produtiva do frio tem usado largamente os inversores, seja em compressor para variar a rotação e mudar a vazão do fluido refrigerante que circula no sistema, seja em bombas de água para alterar a vazão do volume que circula no sistema.
“Toda vez que se coloca um inversor de frequência em um motor e diminui-se a rotação dele, você tem uma economia de energia bem significativa. Em alguns sistemas, esta economia pode chegar ao cubo da rotação”, explicou Dutra, ponderando que essa redução pode ser diferente, pois depende para qual componente se está avaliando.
O especialista abordou ainda eficiência em central de água gelada ao longo do tempo e da necessidade de sistemas de monitoramento inteligente que permitam a manutenção da eficiência original da instalação, falou também de recomendação de projetos da indústria que reduzem a energia no bombeamento dos sistemas ao aumentar os diferenciais de temperatura e reduzir a vazão de projeto.