Os impactos sobre a indústria vão além de uma simples adaptação aos novos fluidos. Roberto Ribeiro, da Mayekawa do Brasil, lista alguns dos impactos econômicos.

Modernização da indústria brasileira:

A Emenda de Kigali incentiva a introdução de tecnologias mais avançadas e eficientes no mercado brasileiro de equipamentos de refrigeração e ar-condicionado. Com isso, o mercado brasileiro alinha-se às inovações já presentes em outros mercados, como os americanos, europeus, chineses e indianos.

Mais recursos para a transformação da indústria:

A ratificação da Emenda pelo Brasil autoriza o acesso do país a mais recursos do Fundo Multilateral do Protocolo de Montreal, que, há anos, viabiliza, com o repasse de recursos a fundo perdido, projetos bem-sucedidos de transformação e inovação na indústria brasileira para a adoção de fluidos refrigerantes menos agressivos à camada de ozônio e ao clima;

Benefícios para o setor elétrico:

Os equipamentos de refrigeração e ar-condicionado alinhados à Emenda de Kigali são muito Roberto Ribeiro mais eficientes do que aqueles atualmente comercializados no Brasil, podendo chegar a consumos de eletricidade até 40% menores. A economia de eletricidade oriunda de equipamentos mais eficientes mostra-se uma importante contribuição para o sistema elétrico brasileiro, por adiar altos investimentos em novas usinas de geração. Um estudo feito pelo Lawrence Berkeley National Laboratory, dos EUA, estima que a adoção de condicionadores de ar mais eficientes pode evitar, até 2035, a necessidade de investir em 4,5 gigawats (GW) de novas usinas de geração no horário de pico, o que significa mais do que toda a capacidade instalada de termelétricas a óleo combustível existentes no país;

Menor custo para o consumidor:

Os consumidores brasileiros teriam acesso a produtos que consomem menos eletricidade, com impactos positivos nas contas de luz. Com os custos da eletricidade cada vez maiores, o alívio nas contas de luz para o cidadão brasileiro significa um importante ganho econômico e social. Segundo o Lawrence Berkeley National Laboratory, somados os ganhos de todos os consumidores brasileiros, poderíamos chegar a uma economia nacional de cerca de R$ 28 bilhões em 2035, recurso esse que a sociedade brasileira poderia investir em demandas mais urgentes;

Contribuição para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para a redução das emissões de gases de efeito estufa:

Ao estabelecer um cronograma de redução do consumo dos hidrofluorcarbonetos (HFC), a Emenda também contribui para a mitigação das mudanças climáticas globais, uma vez que os HFCs são considerados poderosos gases de efeito estufa. Ao trazer benefícios tanto para o desenvolvimento econômico, quanto para os consumidores e para o meio ambiente, a ratificação da Emenda de Kigali alinha-se com os compromissos assumidos pelo Brasil para implementar a Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Veja também:

A indústria frente à Emenda de Kigali

As mudanças nos lubrificantes

Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs entra na III Etapa

Custo é uma variável importante para a conversão industrial

Calendário mais prolongado favorece custos menores de implantação

Tags:,

[fbcomments]