De forma geral, os data centers procuram otimizar a relação de uso e energia da instalação em relação aos equipamentos de TI. Portanto, diversas estratégias que reduzem o consumo de energia em sistemas de climatização são tendência neste setor. Podemos destacar o aumento crescente dos diferenciais de temperatura de água de resfriamento para minimizar a vazão de água circulada e economizar energia de bombeamento. Temperaturas mais altas de água estão sendo adotadas, o que eleva a eficiência energética dos resfriadores. A padronização é uma tendência, diversos fornecedores do setor estão buscando criar um padrão a ser replicado em diversas localidades, reduzindo custos de projetos. Uma tendência que vemos no horizonte é a adoção de sistemas de resfriamento por imersão para atender sistemas de alta densidade.

Os requisitos de projeto para a climatização de data centers são:

– Carga térmica: Avaliação da carga térmica total gerada pelos equipamentos no data center, incluindo servidores, storage, switches, entre outros. Em muitos casos, produtos modulares são implementados e grupos de capacidade são previstos para uma implementação faseada do sistema;

– Zonas de resfriamento: Planejamento eficiente das zonas de resfriamento no data center para garantir uma distribuição uniforme de ar frio;

– Redundância: Implementação de sistemas de climatização redundantes para garantir continuidade operacional em caso de falha em um dos sistemas;

– Eficiência energética: Adoção de tecnologias e práticas que maximizem a eficiência energética do sistema de climatização;

– Monitoramento e controle: Implementação de sistemas avançados de monitoramento e controle para ajustar dinamicamente as condições ambientais em resposta às mudanças na carga térmica.

Os parâmetros a serem controlados numa instalação de data center são:

– Temperatura: Manter uma faixa de temperatura adequada para os equipamentos, atualmente em torno de 25°C;

– Umidade Relativa: Manter a umidade relativa próximo de 50% para evitar problemas como condensação e eletricidade estática;

– Fluxo de ar: Garantir um fluxo de ar eficiente para resfriamento adequado de todos os equipamentos;

– Pressão positiva: Manter pressão positiva para evitar a entrada de poeira e partículas contaminantes no data center.

Geralmente, a temperatura deve ser mantida entre 18°C e 27°C. No entanto, os equipamentos podem ter variações específicas. A umidade relativa deve ser mantida entre 40% e 60%. Um nível muito baixo pode causar eletricidade estática, enquanto um nível muito alto pode levar à condensação.

As tecnologias mais apropriadas para a climatização de data centers são:

– CRAC (Computer Room Air Conditioner): Unidades de condicionamento de ar projetadas especificamente para data centers, são equipamentos de expansão direta que possuem todos os componentes de um ciclo de refrigeração;

– CRAH (Computer Room Air Handler): Similar ao CRAC, porém, trata-se de um Air Handler, ou seja, um equipamento de expansão indireta que recebe água gelada. É constituído basicamente de serpentina e ventilador e, geralmente, com controles embarcados;

CXAU VFD modular da Trane

– Contenção de corredor: Utilização de sistemas de contenção de corredor quente/frio para otimizar a eficiência do resfriamento;

Free cooling: Integração de sistemas de freecooling, que usam ar externo para resfriamento quando as condições ambientais são adequadas;

– Monitoramento avançado: Implementação de sistemas de monitoramento avançado para análise em tempo real e ajuste dinâmico das condições ambientais.

É importante ressaltar que as especificações exatas podem variar de acordo com o tipo de equipamento, a configuração do data center e as normas específicas da indústria.

A Trane possui um extenso portfólio de chillers, condensados a água e ar, com compressor centrífugo, helicoidal e scroll, e variadas capacidades (de 20 a mais de 4000 TR). Entre as novidades de chillers da empresa estão as linhas:

– RTAG: com condensação a ar, compressor rotativo de parafuso com inversor de frequência, ventiladores EC e freecooling. Com modelos de 100 a 500 TR, o chiller RTAG oferece eficiência energética melhorada e desempenho acústico aprimorado, com baixa vibração e mínima propagação de som, devido ao compressor de acionamento direto de baixa velocidade e uso de somente três partes móveis. A nova linha disponibiliza ainda controles inteligentes com interface touchscreen e conectividade por meio de software especializado – o controlador Tracer UC800-, proporcionando uma visualização clara das informações, tendências, geração de relatórios e monitoramento do espaço interno.

– ACRC: possui um compressor mais avançado, com motor de indução permanente, aumentando o desempenho do equipamento.

– TCAA: possui turbocor de mancal magnético de elevada eficiência energética.

Além dos chillers, os controladores da Trane estão se tornando cada vez mais flexíveis para atender às necessidades dos data centers. Entre os produtos da empresa destaca-se o Symbio, com programação adicional que pode ser incorporada nos controladores dos equipamentos de fábrica; também possui capacidade para suportar vários protocolos simultaneamente, incluindo Modbus TCP e o suporte nativo a comunicações IP.

Rafael Dutra, Coordenador de Aplicação da Trane

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