A 5ª edição do “Abrava de Portas Abertas”, tradicional evento de apresentação da Associação para o mercado, aconteceu no dia 30 de janeiro, reunindo de forma híbrida cerca de uma centena de representantes de empresas pertencentes aos setores sob o tema “Perspectivas e Oportunidades para o AVAC-R”.
A programação foi dividida em dois painéis, sendo que o primeiro considerou aspectos institucionais, econômicos e jurídicos. O segundo painel foi dedicado a apresentação de ações em andamento e em planejamento dos Comitês e Departamentos Nacionais, abordando aspectos como eficiência energética, qualidade do ar interno, qualificação de mão de obra, normalização do setor de AVAC-R, boas práticas, novas tecnologias, entre outros temas.
O “Abrava de Portas Abertas” foi constituído com o objetivo de fazer uma retrospectiva, apresentando os resultados do ano anterior e as tendências para o ano vigente, baseados em pesquisas e estudos que a Associação realiza por meio do departamento de economia e estatística, além das atividades dos comitês e departamentos nacionais.
“A Abrava entende que o ano de 2024 acusará crescimento em todos os segmentos que representa, em relação ao ano anterior. Esse otimismo está baseado nas questões das manutenções relacionadas às temperaturas elevadas, com a necessidade de rever e promover adequações em sistemas de refrigeração e ar-condicionado, de maneira que apresentem maior eficiência energética, menor consumo de energia, utilização de gases refrigerantes mais adequados que provoquem menor aquecimento global e o olhar para a inteligência artificial, que cada vez mais se torna presente nos equipamentos e sistemas do setor AVAC-R”, declarou Arnaldo Basile, Presidente da Abrava.
Aspectos econômicos
No último trimestre de 2023, o Departamento de Economia e Estatísticas da Abrava realizou uma pesquisa com empresas dos setores representados indicando que os R$ 36,9 bilhões faturados por essas empresas no ano passado têm tudo para crescer perto de 12% ao longo de 2024, período para o qual se prevê R$ 41,3 bilhões de negócios a serem fechados pela área em todo o país, na somatória entre produção, venda de equipamentos e serviços relacionados a instalação e manutenção.
No ranking das áreas com maior variação positiva este ano a liderança apontada pelo levantamento fica com a de instalação e manutenção de sistemas centrais de ar-condicionado, ventilação e refrigeração, cujas vendas devem subir dos R$ 6,36 bilhões de 2023 para R$ 8,02 bi em 2024, representando, portanto, um crescimento de 26%.
Vem em seguida o segmento de manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial, com uma variação positiva da mesma ordem (26%), ante ao 1,18 bi de contratos firmados pelos players dessas áreas em 2023. Já o comércio do AVAC-R cresceu 10% no ano passado e tem tudo para repetir tal desempenho no ano em curso. Por outro lado, fica entre 7% e 8% a expansão aguardada para 2024 nos segmentos de fabricação de compressores, aparelhos e equipamentos para instalações térmicas e fabricação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial.
Climas favoráveis
Um dos motivos determinantes para uma expectativa de faturamento acima de R$ 40 bi para o AVAC-R em 2024 é a previsão dos meteorologistas de que o fenômeno El Niño se prolongará até abril próximo. Além disso, é forte a tendência de um ano de altas temperaturas, a exemplo de 2023, quando foi atingido um recorde histórico de calor mundo afora.
Quanto aos aspectos econômicos, o presidente executivo da Abrava, Arnaldo Basile, destaca o ritmo de recuperação do setor do ar-condicionado, que após o pico de 5,4 milhões de unidades produzidas em 2021, apresentou queda em 2022, voltando a crescer em 2023, chegando a 4,5 milhões. De acordo com a pesquisa a estimativa para venda de unidades de split em 2024 é de aproximadamente 4,9 milhões de unidades.
“Além disso, as fortes oscilações de consumo percebidas pelo segmento durante a pandemia ficaram para trás, ao mesmo tempo em que os preços subiram em 2023 acima de 23%, com produtos cada vez mais eficientes no tocante ao consumo energético”, apontou Basile.
Também anima o setor, segundo ele, a demanda reprimida, inclusive nas classes A, B1 e B2, nas quais a penetração do ar-condicionado ainda se limita, respectivamente, a 61,2%, 45,3% e 30,1%. “Considerando todas as faixas de consumidores, esse índice impressiona mais ainda, pois não passamos dos 16,7%, o que pressupõe um grande espaço ainda nas aspirações do consumidor brasileiro para esse tipo de aquisição.
Dentre os motivos que retardam o crescimento das vendas, mesmo o ar-condicionado tornando-se um item fundamental ao conforto e bem-estar das famílias, a falta de infraestrutura nos edifícios para a instalação desses equipamentos é um fator de desestímulo. “Tanto é que o país ganhou 23 milhões de domicílios em 12 anos e esse crescimento no campo da construção não vem se refletindo no nosso”, argumenta o dirigente, que aposta na tendência à superação desse quadro, nos médio e longo prazos.
A Abrava
O segundo painel contou com apresentação dos cincos Comitês Nacionais em atividade na associação: ABNT/ CB 055, Mulheres do Setor AVAC-R, Eficiência Energética, Normas Regulamentadoras e ESG, e Tratamento de Águas.
OP evento contou, também, com uma breve apresentação dos Departamentos Nacionais (DNs) de Ar Condicionado, Ar Condicionado Automotivo, Automação e Elétrica, Comissionamento, Comércio e Distribuição, Instalação e Manutenção, Isolamento Térmico, Meio Ambiente, Refrigeração, DNPC, Qualindoor, Ventilação e Distribuição de Ar e Tratamento de Águas.
Confira o evento na íntegra no canal oficial do youtube da Abrava acesse aqui