É muito comum ouvirmos que o “ar-condicionado é o vilão das edificações e do consumo de energia”. Porém, temos que lembrar que a transformação de energia elétrica para energia térmica é uma das mais complexas. Acredito que a importância dos componentes em uma instalação seja muito grande, e o cuidado com eles é essencial.

Como transportar o ar que consumiu energia para ser resfriado/tratado e fazê-lo chegar na boca de insuflamento desperdiçando o mínimo possível? No caso dos dutos, as boas práticas de engenharia registradas em normas técnicas, indicam a redução dos vazamento através de parametrizações de testes de estanqueidade, ângulos adequados nas reduções de dimensões com intuito de reduzir as perdas de carga, bem como raios das curvas e os cuidados com os cantos/quinas das peças de forma a não comprimir o isolamento nesses pontos, garantindo, assim, a eficiência dos isolamentos.

O conceito dos dutos construídos a partir de painéis pré-isolados, cujo sistema mais conhecido e difundido no Brasil é o MPU, traz em suas principais características a vedação através de adesivo de contato e selante acrílico, reduzindo vertiginosamente o vazamento do ar tratado, e o fechamento das peças através de ângulos de cortes a 45°, evitando a compressão dos isolamentos nos cantos. Construídos a partir de um painel sanduíche em poliuretano expandido, que possui uma das mais baixas condutividades térmicas disponíveis dentre os isolantes de mercado, e alumínio gofrado, que garante boa resistência mecânica e excelente acabamento, tem peso total significativamente menor, contribuindo até mesmo com a estrutura que sustenta os dutos. Acredito muito que um sistema de transporte de ar mais eficiente possa contribuir com o conceito de NZEB.

Quando o assunto é eficiência energética, é preciso ter em mente o custo total de propriedade, que levará em consideração os mais diferentes aspectos. É necessário, portanto, levar em conta as manutenções, o consumo de energia e até mesmo considerar outros custos não analisados inicialmente, como com a estrutura auxiliar para sustentações, mão de obra, tempo de instalação, geração de resíduos, descartes, entre outros.

Válido lembrar que, quando falamos do custo de um produto temos que pensar no resíduo gerado e seu impacto no meio ambiente, assim como a sua vida útil. Assim, é fundamental pensarmos em produtos duráveis para alcançar o balanço energético. A fabricação de um produto consome energia, qual a vantagem desse produto, supostamente de baixo consumo de energia durante sua utilização, se ele foi desenvolvido para atender o conceito de “obsolescência programada” e se para a sua produção é consumida muita energia?

Entendo que a busca por edificações com balanço energético zero deva nascer na concepção do projeto arquitetônico. A ideia deve ser iniciada já com essa preocupação, buscando materiais e soluções mais eficientes e favorecendo a Indústria no desenvolvimento dessas soluções.

Maurílio Oliveira é engenheiro de aplicação e novos negócios da Multivac

 

 

 

 

 

 

 

 

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