Em relação a produtos e tecnologias os de maior eficiênciadevem predominar, uma vez que o mercado marcha no sentido da descarbonização

O início do ano, em geral, é sempre repleto de expectativas positivas, mesmo que o cenário do presente aponte para outra direção. Assim é, porque, em geral, as pessoas são otimistas por natureza. Afinal, sem esperanças, estaríamos entregues ao desespero. Nos negócios não é diferente. Sempre haverá alguns setores que concentram o crescimento e favorecem a disseminação de novas tecnologias.

Com o objetivo de tomar o pulso do mercado, enviamos algumas perguntas para diversas empresas do setor, incluindo fabricantes e prestadores de serviços. Responderam, Priscila Baioco, diretora comercial da Armstrong Fluid Technology, Patrice Tosi, diretora das Indústria Tosi, e Hernani Paiva, diretor de novos negócios da Ergo Engenharia. No geral, há concordância de que data centers, hospitais e retrofits continuam a ditar o ritmo. Abaixo, as respectivas impressões.

Abrava+Climatização& Refrigeração:A partir da sua experiência, quais os tipos de empreendimentos que predominarão em 2025 para o mercado de ar-condicionado?

Priscila Baioco: Para 2025 acreditamos que os investimentos em data centers seguirão sendo destaque no setor, seguido pelos empreendimentos hospitalares e indústrias farmacêuticas, segmentos que estão recebendo bons investimentos desde o período da pandemia.

Patrice Tosi: Hospitais, laboratórios e datacenters continuarão em forte crescimento, atendendo à alta demanda do mercado.

Hernani Paiva: Acredito que empreendimentos voltados para áreas de retrofittings e data centers serão os carros chefes do nosso mercado. Também empreendimentos residências impulsionarão a demanda por sistemas de ar-condicionado já que, com aumento das temperaturas, a demanda por ar-condicionado de pequeno porte vem aumentando exponencialmente.

A+CR: Quais são as perspectivas para os empreendimentos corporativos?

Priscila Baioco: Vemos uma retomada muito tímida nos investimentos em novos empreendimentos corporativos, mas nossa expectativa é que ocorram bons investimentos em retrofits e algumas expansões em empreendimentos corporativos já existentes.

Patrice Tosi: Os empreendimentos corporativos permanecem estagnados, sem sinais de crescimento significativo.

Hernani Paiva: São boas, principalmente para empreendimentos que investem em tecnologias de ponta e demandam áreas e produções controladas.

A+CR: O mercado de datacenters continuará a ser o setor de maior crescimento?

Priscila Baioco: O mercado de datacenters sinaliza que seguirá em plena expansão em 2025, seguramente estará entre os setores de maior crescimento.

Patrice Tosi: Datacenters devem liderar o crescimento mundialmente e o Brasil, com sua matriz energética limpa, será cada vez mais procurado para esses investimentos.

Hernani Paiva: O setor de datacenters será um dos que mais crescerá, embora não necessariamente o maior, considerando que o setor de retrofitting também é bastante significativo. No entanto, como os investimentos em datacenters são mais específicos e tangíveis, é possível mensurar melhor a capacidade de crescimento desse setor até 2025.

A+CR: O que podemos esperar em obras de retrofit? Em quais setores elas predominarão?

Priscila Baioco:Seguimos apostando no crescimento das obras de retrofit, as questões de sustentabilidade vêm ganhando cada vez mais espaço e, com isso, a busca por empreendimentos que atendam estes requerimentos vem aumentando. O retrofit dos sistemas centrais de ar-condicionado pode contribuir muito com a eficiência energética e a redução das emissões de carbono dos edifícios existentes. Aeroportos, shopping centers e empreendimentos corporativos devem estar entre os setores predominantes.

Patrice Tosi: Retrofits devem se concentrar em hospitais e edifícios comerciais, focando na substituição de sistemas antigos por soluções mais eficientes e sustentáveis.

Hernani Paiva: Os investimentos continuarão, pois, sustentabilidade e eficiência são altamente valorizadas atualmente. As empresas estão modernizando seus parques fabris e escritórios, enquanto as multinacionais, pressionadas por investidores e consumidores, lideram a adaptação às mudanças climáticas. Na minha opinião, todos os setores terão destaque, sem distinção. No entanto, empresas mais engajadas em programas de sustentabilidade estão se destacando.

A+CR: Quais as perspectivas para a área hospitalar?

Priscila Baioco: A área hospitalar deve continuar investindo em novos empreendimentos, expansão e retrofit de instalações já existentes. Ainda existe uma alta demanda por leitos hospitalares e, baseados em pesquisas de mercados, acreditamos que os investimentos da rede privada, bem como os da rede pública, devem seguir crescendo em 2025.

Patrice Tosi: O setor hospitalar seguirá em expansão, impulsionado pela aplicação crescente de normas de qualidade do ar. Temos produtos alinhados a esses requisitos, o que nos posiciona bem para atender à demanda crescente.

Hernani Paiva: Acredito que haverá investimento em novos empreendimentos e modernização, mas não tão pujante quanto na época da pandemia.

 

A+CR: Diante dos cenários desenhados, e da relação custo x benefício, quais os tipos de sistemas que mais devem se sobressair?

Priscila Baioco: Acreditamos que, apesar do cenário econômico, o setor de AVAC-R deverá crescer em 2025, com os sistemas de expansão direta liderando os índices de crescimento, mas vemos uma retomada no crescimento dos sistemas de expansão indireta, isso se deve aos requerimentos técnicos dos setores onde o mercado sinaliza maiores investimentos.

Patrice Tosi: Para obras de conforto, o VRF continuará sendo a melhor solução custo-benefício e deve manter sua relevância no mercado.

Hernani Paiva: Os sistemas de expansão direta continuarão se sobressaindo em decorrência do aumento do mercado residencial e na renovação de empreendimentos tipo escritórios, rede hoteleira, mercados de pequeno e médio portes.

A+CR: Em termos de novas tecnologias, o que devemos esperar?

Priscila Baioco: A Armstrong está focada em oferecer ao mercado sistemas de bombeamento de alta eficiência energética e baixo carbono incorporado, contribuindo para que nossos clientes possam atingir seus objetivos de sustentabilidade e reduzir seus custos operacionais ao longo do ciclo de vida do edifício, acreditamos que de maneira geral as indústrias do setor AVAC-R estarão direcionadas à oferta de produtos mais eficientes e sustentáveis.

Patrice Tosi: Nossas soluções focam em eficiência energética. Destacamos a bomba de calor que, além de utilizar energia renovável, contribui para a descarbonização ao eliminar o uso de gás, alinhando-se a uma tendência mundial.

Hernani Paiva: Sem dúvida nenhuma equipamentos e sistemas com alta tecnologia embarcada, que utilizam automação tipo IoT e IA, sempre voltadosàs demandas do mercado e a sustentabilidade.

A+CR: Quais as novidades que sua empresa reserva para 2025?

Priscila Baioco: A solução Design Envelope, já conhecida pelo mercado, segue evoluindo para oferecer ao setor bombas inteligentes com serviços em nuvem que desempenham um papel crítico na redução do custo do ciclo de vida operacional do edifício. A nova linha de bombas Design Envelope foram projetadas com tamanhos menores e mais leves, reduzindo o carbono incorporado  em 50% e o carbono operacional em até 70%. A nova Tango já está disponível para venda ao mercado brasileiro.

Patrice Tosi:Estamos apostando em tecnologias sustentáveis e produtos de alta eficiência, com destaque para soluções que combinam inovação e redução de impacto ambiental.

A+CR: Fique à vontade para tecer outras considerações.

Priscila Baioco: A Armstrong seguirá investindo no crescimento de sua presença no mercado brasileiro, ampliando o portfólio de soluções oferecidas ao setor AVAC-R e explorando novos mercados.

Patrice Tosi: O mercado caminha para a eficiência e sustentabilidade. Estamos preparados para atender às exigências crescentes com inovação e excelência.

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