O Hospital Ortopédico da Bahia situa-se no Campo da Pólvora, em Salvador. É o maior do país em ortopedia e traumatologia e referênciana área para a América Latina.Oatendimento do hospital é totalmente pelo SUS. Para atender as necessidades do empreendimento, que exige máximo controle em umidade, temperatura e tratamento do ar, foi destacada equipe técnica de alta capacidade, garantindo a qualidade técnica em conformidade com as normas de climatização e saúde hospitalar, além do compromisso de atender as expectativas da população. Para tanto, o projeto foi entregue à MSA Projetos de Engenharia, dirigida pelo engenheiro Mário Sérgio de Almeida, e a instalação à Artemp Engenharia Térmica, empresa que possui um acervo representativo de instalações icônicas.
O primeiro atributo que salta à vista são as várias edificações atendidas por uma única central de água gelada (CAG), caracterizando uma instalação do tipo districtcooling. O conjunto, formado por vários prédios,antigamente era a sede da TeleBahia.Pertencente ao governo do estado da Bahia, o hospital é administrado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
O sistema primário é de fluxo constante, entre o chiller e as bombas, e o secundário é variável.Todos os prédios são atendidos por um conjunto de bombas secundárias que operam em paralelo.O prédio 1, onde está a sala de cirurgia, é o maior, e onde foiinstaladaa central água quente,distribuindo para os diversos prédios.É uma distribuição de água quente e de água gelada.
Embora não seja uma grande instalação, o que chama a atenção são as soluções e tecnologias empregadas no tratamento do ar. São 629 TR no total, em parte atendidas por 3 chillers de 150 TR cada, com condensação a ar. A facilidade de operação determinou o regime de condensação, além de ter sido uma opção do próprio cliente. “Fica numa zona dentro da Bahia de Todos os Santos.Então, o nível de salinidade é bem mais baixo, porque não fica próximo da orla”, diz Mário Sérgio de Almeida.
O restante da capacidade é atendida por sistemas de expansão direta nas áreas em que o controle de umidade e temperatura não é tão rigoroso.
Central de água gelada e central de água quente
“Na CAG temos o sistema de água gelada que envia água para os fancoilsmodulares, que têm a função de controlar a umidade dos ambientes condicionados. O sistema de água gelada produz e distribui água a 7,0°C para todos os equipamentos de expansão indireta. Na CAQ temos o sistema de água quente, que envia água para os fancoilsmodulares, que têm a função de controlar a temperatura dos ambientes condicionados. O sistema de água quente produz e distribui água a 36°C para todos os equipamentos por expansão indireta que precisam do controle de umidade e temperatura. Além disto, a umidade relativa é controlada nas áreas do Hospital com o objetivo de evitar a condensação e para obedecer aos padrões normativos hospitalares”, explica Bruno Jorge, gerente de obras da Artemp.
O sistema de água quente, que contribui para o reaquecimento das serpentinas, é integrado à produção de água gelada. Almeida explica que foi utilizada uma solução desenvolvida pelo engenheiro Marcos Santamaria Alves Corrêa, da Tosi, que são as bombas de calor água-água.
Normalmente, quando se esquenta a água, o frio é jogado fora, A bomba de calor, nesta concepção, aquece a água e a água fria que seria rejeitada é aproveitada para resfriar a água gelada do sistema. É como se a água gelada circulada na bomba de calor fosse o evaporador do sistema.O retorno dessa água, que vem entre 12oC e15oC, entra na máquina e resfria alguns décimos de grau, o que já faz uma diferença no sistema de água gelada.
Por outro lado, as bombas de calor, que ficam modulando o aquecimento da água na temperatura desejada, fazem também o reaquecimento das serpentinas e o controle de umidade do hospital. Ou seja, essa água quente é usada para fazer a desumidificação do sistema de tratamento do ar. “Em vez de instalar bombas de calor com condensação a ar, jogando fora o ar frio, digamos assim,estamos usando essa energia para resfriar a água”, diz Almeida.
O ar exterior é todo resfriadonas serpentinas de água gelada com 7 gramas por quilo. Depois esse aréreaquecido e injetado a 18oCnos ambientes, ou nas próprias unidades de tratamento de ar. Com isso, é alcançada uma boa eficiência energética, além de estar totalmente desumidificado, contribuindo para a qualidade do ar.
“Se o ar entrar desumidificado, então fica mais fácil de ter o controle de umidade relativa no ambiente. A principal geração de umidade no ambiente é das próprias pessoas. O ar exterior já entra seco, digamos assim, numa umidade absoluta muito boa”, explica o projetista.
Por se tratar de uma instalação hospitalar a renovação é 100% tratada nas unidades de tratamento de ar exterior. Desta forma é possível garantir a pressão positiva nos ambientes indicados pela ABNT NBR 7256, ou negativa com aplicação de sistemas de exaustão mecânica.
Ponto crítico são as salas cirúrgicas, cuja maioria atendemprocedimentos de largo porte na área ortopédica e de transplantes,quando a qualidade do ar é de fundamental importância.
Assim, o destaque foi o controle rigoroso com a filtragemno CME (Centro de Material Esterilizado), nas salas de cirurgiae isolamentos, todos com filtragem absoluta e controle de pressão bem efetivo em todos os ambientes, segundo ABNT NBR 7256.
Ficha técnica
Obra:Hospital Ortopédico da Bahia
Instaladora: Artemp Engenharia Térmica
Projeto: MSA Engenharia de Projetos
Construtora: Sian Engenharia
Fornecedores
Chillers: Midea Carrier
Condicionadores: Midea Carrier
Condicionadores de ar externo: Midea Carrier
Fancoletes: Berliner Luft
Fancoletes hospitalares: Daikin
Bombas: KSB
Bombas de calor: JellyFish
Válvulas e atuadores: Belimo do Brasil
Difusão: Seimmei
Ventiladores: Berliner Luft
Microventiladores: Sicflux
Automação e quadros elétricos: Multipla
Dutos: Rocktec
Isolamento: Armacell
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