“Além da questão de saúde (quanto à qualidade do ar) e de todas as normas regulamentadoras específicas para este assunto (NR 17), existem estudos desenvolvidos sobre ergonomia e seus benefícios no ambiente de trabalho, nos quais correlacionam o aumento de produtividade dos profissionais em ambientes mais confortáveis. Além disso, há uma nova tendência no mercado de certificações que engloba qualidade de ambientes, como a certificação Well, voltada inteiramente para a saúde e o bem-estar dos ocupantes do edifício. Quanto às soluções, além de um sistema de ar condicionado devidamente projetado e instalado seguindo as normas locais, os sistemas de controle de temperatura, umidade e dióxido de carbono tendem a auxiliar significativamente tanto no conforto do ocupante, quanto na segurança e saúde do ambiente, levando em consideração a renovação de ar em locais fechados, dentre outros. Quando falamos de estratégias, há inúmeras que podem ser desenvolvidas de acordo com o tipo de instalação e de ocupação, como centralização de solicitações, operação remota de todos os ambientes com temperatura controlada, estudos estatísticos de temperatura e tendência, além de desempenho dos equipamentos. Quando tratamos de conforto térmico, entendo que a melhor maneira de realizar um controle efetivo de temperatura e, consequentemente, do conforto do usuário é a implantação dos sistemas de automação e controle e, posterior a isso, uma operação efetiva da todo o sistema. Quando falamos de controle de variáveis, estas são tratadas de acordo com o tipo de sistema de ar condicionado definido na fase do projeto. Estas variáveis podem ser: fluxo, qualidade e renovação de ar; fluxo de água; fluxo de gás refrigerante; dentre outros, tendo como base para tais controles a temperatura do ambiente e/ou sua umidade, e seus respectivos alvos (ou parâmetros desejados)”, revela Thiago Ribeiro, supervisor de serviços da Johnson Controls.

“Mais importante do que a aquisição de equipamentos de alta qualidade e durabilidade, é essencial que o projeto e a instalação do sistema de ar condicionado estejam adequados conforme as normas vigentes”, enfatiza Rafael Cogo Carvalho, supervisor de marketing internacional da Isodur.

Para ele a relevância e a preocupação de se manter os ambientes internos com conforto térmico e qualidade do ar está totalmente ligada à saúde, ao bem-estar, ao conforto, à produtividade e ao absenteísmo no trabalho, priorizando a qualidade de vida dos ocupantes dos ambientes climatizados e a correlação com a ocorrência de agravos à saúde. “Devemos considerar que o projeto e a execução de instalações inadequadas, a operação e a manutenção precárias dos sistemas de climatização podem favorecer a ocorrência de problemas de saúde dos trabalhadores, afetando seus níveis de estresse, sono e doenças mais graves. Por isso, o sistema de ar condicionado deve estar adequado conforme as necessidades do ambiente. É fundamental que as normas vigentes e o grau de filtragem mínimo sejam atendidas de acordo com as regulamentações de cada país. Por exemplo, o sistema de ar condicionado deve garantir a adequada renovação do ar de interior dos ambientes climatizados, ou seja, no mínimo de 27m3/h/pessoa”, orienta Carvalho.

No caso dos filtros de ar, Edmilson Alves, diretor da AAF – American Air Filter, faz uma ressalva: “A utilização de filtros corretos, com a eficiência real requerida é fundamental, se não, os parâmetros de particulados jamais serão alcançados. Isso sendo observado, deve-se efetuar a troca dos elementos filtrantes como solicitado pelos documentos oficiais (ou não oficiais que venham a ser mais restritivos), atentando para que os fabricantes comprovem a eficiência prometida. Dentre as soluções e estratégias que podem ser utilizadas para a obtenção dos padrões exigidos, a adoção de normas e recomendações que apresentem soluções menos poluentes ao ar (que gerem menos partículas) e sistemas de controles que permitam remover os contaminantes do ambiente são imprescindíveis. Há diversos estudos mostrando que a qualidade do ar pode acrescentar produtividade e redução do absenteísmo; um estudo bem interessante realizado pela Universidade Técnica da Dinamarca (DTU) demonstrou que a utilização correta de filtros para partículas, bem como filtração de gases pode aumentar a produtividade em até 15%. Isto vem, principalmente, pela diminuição de absenteísmo, e também por maior bem-estar dos ocupantes do ambiente interno. Se o projeto em seu início seguiu normas e recomendações de boas práticas, a simples manutenção regular dos componentes móveis – filtros, área de transferência/depósito de fluidos -, executada por pessoal capacitado, já deverá servir para boa manutenção por vários anos; porém, se isso não for obedecido, só ações corretivas, como o uso de purificadores de ar, por exemplo, poderão trazer os indicadores aos níveis aceitáveis”, conclui Alves. (APB)

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