A principal feira do setor AVAC-R e tratamento de água, que acontece entre os dias 10 e 13 de setembro, em São Paulo, destacará a busca da eficiência energética na refrigeração e ar-condicionado. Segundo Luciano Marcato, que preside o Departamento Nacional de Ar-Condicionado Central da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), apoiadora institucional da feira, a eficiência energética em sistemas de AVAC-R caminha no Brasil puxada pela indústria e pela demanda do mercado. “Diversos produtos e tecnologias de sistemas de última geração e alta tecnologia vêm sendo introduzidos no mercado brasileiro nos últimos anos, porém a legislação encontra-se defasada ou em alguns casos inexistente, seja na parte de ar condicionado central ou sistemas de refrigeração comercial e industrial”, destaca.
Em 2018, a EPE apresentou a nota técnica “Uso de Ar Condicionado no Setor Residencial Brasileiro: Perspectivas e contribuições para o avanço em eficiência energética” que apresenta cenários de consumo de eletricidade por condicionadores de ar residenciais no Brasil até 2035 e estima que a demanda por eletricidade devido ao uso destes equipamentos pelas famílias pode crescer 5,4% ao ano e atingir 48 TWh em 26 anos. “Por outro lado, caso venham a ser implementados índices mínimos mais rigorosos ao longo do horizonte analisado, o consumo de eletricidade evitado poderia atingir 15 TWh em 2035, equivalente a uma usina de 3,5 GW”, diz a nota.
O documento da EPE destaca que a sustentabilidade e a promoção da eficiência energética no Brasil envolvem algumas ações, como o reforço da base de dados, a avaliação de conformidade dos aparelhos, o reforço da base laboratorial, desenvolvimento de edificações eficientes, por exemplo, cujo sucesso depende da coordenação entre os diferentes agentes do mercado, incluindo o governo, distribuidores de energia, fabricantes e importadores de aparelhos, e consumidores.
Para Marcato, o desafio é “identificar metodologias e laboratórios para os equipamentos Inverter, de velocidade variável e menor consumo de energia, bem como implementar políticas de atualização dos níveis mínimos por categoria de forma a gradativamente eliminar aqueles menos eficientes”.
Como exemplos positivos, Marcato cita as novas famílias de balcões expositores em sistema de refrigeração comercial, o uso de sistema de refrigeração com CO² tanto em refrigeração comercial quanto industrial, aumento do uso de sistemas de fluxo variável de refrigerante, tanto nos equipamentos VRF quanto em splits systems de alta capacidade e também em resfriadores de líquido. “Do lado das edificações, temos significativo aumento dos processos de certificação energética predial, LEED do Green Building Council , Acqua e também Procel Edifica, sendo este o principal, senão único programa público em busca de aumento da eficiência energética em sistemas de climatização predial com aplicação na esfera governamental. Este projeto do PROCEL Edifica encontra-se em fase de revisão”, afirma .