Rafael Dutra, Coordenador de Aplicação da Trane, fala sobre as alternativas para instalações comerciais leves, como lojas de conveniência, minimercados e clínicas médicas, dentre outras.

“A definição de qual sistema de ar-condicionado aplicar, em geral, está ligada ao tipo de construção da edificação, bem como o tipo de uso e finalidade dos ambientes. Dessa forma, o contexto deve ser avaliado e, dentro de uma avaliação de ciclo de vida, podemos definir que tipo de sistema é mais indicado.

O que se observa para os casos mais típicos de ambientes comerciais leves são ambientes monousuário e de construção isolada, ou seja, nem sempre fazem parte de uma edificação maior. Esse contexto favorece a adoção de sistemas unitários de expansão direta, como VRF e splits, ou mesmo splitão, dependendo do porte. Isto se deve à simplicidade da instalação e investimento inicial menor.

Para estas opções, a renovação do ar é feita por um sistema à parte com ventiladores, dutos e filtragem operando para fornecer as vazões de ar externo adequadas. Embora seja menos comum, existe muita oportunidade para otimização destas soluções através de um sistema de automação adequado com potencial de economia de energia muito significativo e com um investimento relativamente baixo. De todo modo, avaliar o contexto é importante, pois se o ambiente a ser climatizado fizer parte de um sistema maior que forneça um ponto de água de condensação ou de água gelada, estes sistemas serão adotados ainda que não seja típico para este tipo de ambiente, e isso acontece em casos como shopping centers ou outros centros comerciais.

Sistemas unitários costumam exigir equipamentos auxiliares para renovação do ar e podem apresentar dificuldade de utilizar filtragens mais finas devido à potência e tipo de ventilador que utilizam. Isto se aplica a splits, VRF, rooftops e alguns splitões, porém sistemas de água gelada com fancoletes podem enfrentar dificuldades similares.

Tipicamente, sistemas de água gelada possuem maior durabilidade de seus componentes, em especial sistemas com condensação à água que ficam menos expostos às intempéries. Entretanto, estes são utilizados com mais frequência em sistemas de maior porte. Possivelmente por causa do custo elevado da água, temos visto uma redução de sistemas com condensação à água de menor porte, e acredito que avaliar o uso de tecnologias que permitam um menor consumo de água pode ser uma alternativa interessante para maior tempo de vida com boa eficiência energética, em especial para regiões litorâneas que sofrem com a corrosão por salinidade. Existem alternativas no mercado para tratamento anticorrosivo de sistemas à ar que podem auxiliar na extensão de vida útil dos equipamentos para estas regiões. Porém, sistemas com condensação à água tipicamente são mais eficientes. Instalações comerciais leves podem, portanto, considerar a possibilidade de adoção de sistemas VRF à água ou self-contained com condensação à água e desfrutar dos benefícios mencionados.”

Rafael Dutra, Coordenador de Aplicação da Trane

 

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Eleger previamente uma solução única não é o recomendável          

Qualidade do ar será determinante

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